quarta-feira, maio 12, 2010

Fraternidade Pobres De Jesus Cristo



A Intuição

Intuição é algo que começa dentro d’alma, e à medida que o tempo passa, vai se manifestando e tomando forma de maneira mais clara. A Fraternidade nasceu assim, como uma intuição! No princípio era algo confuso, incerto, velado, intuitivo… A única coisa que eu sabia era que o Bom Deus me havia tocado, suave, mas poderosamente, de um modo como jamais o fizera. Sentia o peito arder em chamas de divino amor, o coração acelerar e uma enorme vontade de mudar, de ser diferente. A isso, eu chamo de conversão! Como tudo isso começou? É difícil precisar o momento exato e creio, que isso se dê pelo fato da conversão ser um processo gradativo e não algo instantâneo ou estanque, capaz de ser fotografado. O que consigo enxergar como sendo algo mais próximo dessa grande explosão, que deu inicio a essa vida nova, foi o meu contato com jovens que vinham do satânico e obscuro mundo das drogas e que depois de um verdadeiro encontro pessoal com Nosso Senhor, faziam um esforço sobre-humano para se manterem “limpos”, sem o uso dos diabólicos grilhões do tóxico que até então os aprisionavam. Lembro da conversa com um deles que me dizia entre ofegantes respirações, com o suor banhando sua face: “Não tá fácil cara! Tô dando o melhor de mim, mas o ‘bagulho’ tá difícil de segurar”. Isso me soou como um tapa no rosto. Como um jovem que, não tendo nada a perder, fazia um violento esforço para se manter sóbrio e eu, que um dia resolvera ser todo de Deus, configurando minha vida à de Cristo, Nosso Senhor, pela santa consagração religiosa, continuava levando uma vida medíocre, sem sequer fazer um terço do esforço que aquele jovem fazia, para mudar minha vida? Envergonhei de mim mesmo e a partir daquele bendito dia me propus , como num tom de juramento, diante do Céu e da Terra: “Deus, aconteça o que acontecer, eu vou mudar!!!”. Era o inicio da grande história de amor que o Santíssimo Deus queria realizar de modo profundo comigo e que, só agora, depois de um longo e terrível tempo eu aceitara viver. E agora? Que rumo tomar? Não sabia! Foi quando pouco a pouco, a Sabedoria Divina colocou pessoas no meu caminho. Deus bem o sabia que sozinho eu não conseguiria, não teria forças. Ninguém muda sozinho! Deus mandou dois anjos, Sônia e Márcia e pôs cada uma delas ao meu lado. Elas foram as primeiras testemunhas do que a Misericórdia de Deus fizera comigo. Com elas passava longas horas de santo convívio, de santas conversações, rasgava o coração, sonhava, rezava… surge a primeira sementinha daquilo que mais tarde se tornaria O Caminho. Sônia, hoje chamada Ir. Serva das Chagas Ocultas do Crucificado, deixando tudo, família, emprego, sonhos, seguranças, tornou-se a mãe e co-fundadora da obra.
Márcia até hoje continua muito próxima a nós, exercendo seu ministério em meio aos jovens, sobretudo na área da educação. São muitos os detalhes, a riqueza de cada encontro, as pessoas que foram chegando, que seria impossível citá-las todas aqui, entretanto a história continua…


O Nome

Precisávamos de um nome para a criança que estava sendo gerada, já no ventre da Mãe Igreja. Rezávamos pedindo a Deus que fosse Ele próprio a dar o nome para aquilo que Ele estava criando. Foi quando num momento de profunda oração e intimidade com o Altíssimo, nos veio o texto bíblico: Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. Foi pedir-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de poder trazer para Jerusalém, presos, os que lá encontrassem pertencendo ao Caminho, quer homens, quer mulheres.(Atos 9, 1-2). É isso que queremos ser! Homens e mulheres do Caminho, como eram conhecidos os primeiros seguidores do Doce Cristo. Foi somente em Antioquia que os discípulos, pela primeira vez, receberam o nome de cristãos. (cf. Atos 11,26). Daí foi que emergiu com toda vitalidade, com toda a potência, uma espiritualidade da itinerância, dos peregrinos rumo à Pátria definitiva, como costumo sempre dizer: dos andarilhos do Reino.

Consagrados

“Fraternitas Pauperes Iesus Christi” – Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo”

Toda consagração religiosa tem sua origem numa história de amor e entrega entre Deus e o homem.A iniciativa é d’Ele. É Ele que chama e escolhe: “Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que vos escolhi e vos destinei para ir e dar fruto e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15, 16).Nossa resposta livre e ansiosa a esse convite configura nossa vida a d’Ele, tornando-nos assim um alter Christis – outro Cristo.Com Ele e por Ele nós nos tornamos pobres, castos, e obedientes; vivendo em comunidade e numa total doação aos pobres nos seus múltiplos rostos, irmãos e irmãs em situação de rua, de drogadição, de prostituição, de prisão, de degradação humana…Essa total doação tem para nós valor sagrado, por isso é que professamos também um quarto voto que é de “total disponibilidade aos pobres”.Nosso dia-a-dia divide-se em momentos de oração, adoração, reparação, Santa Missa, meditação do Santo Rosário, trabalhos manuais e domésticos, serviços aos pobres, formação, etc…O jovem que deseja abraçar nossa vida passa por um processo que vai de seis meses a um ano. Depois disso ele é admitido como vocacionado interno e as outras etapas que se sucedem: aspirantado, postulantado e noviciado. Ao final dessa última etapa que tem duração de um ano, professa publicamente os Conselhos Evangélicos.

Fundadores

Pe. Gilson Sobreiro
FUNDADOR
Gilson Sobreiro de Araújo ingressou no seminário aos 15 anos de idade e, após sete anos de estudo, entrou na congregação missionária “Oblatos de Maria Imaculada”.Após sua ordenação sacerdotal partiu para uma experiência missionária na França e na Alemanha, retornando a São Paulo para fazer mestrado na área de Antropologia, trazendo no coração o ardente desejo de partir em missão para a Índia.É formado em teologia pelo Instituto Teológico São Paulo e em filosofia pela Universidade São Francisco, especializou-se em arqueologia indígena no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, da Universidade Federal do Pará (NAEA-PA). Foi ordenado sacerdote em julho de 1999.Padre Gilson Sobreiro é fundador e líder da Fraternidade Missionária “O Caminho” e realiza trabalhos também na Federação Estadual do Bem-Estar do Menor (FEBEM), em presídios e em prol de moradores de rua.Em 2006, a Câmara Municipal de São Paulo concedeu ao Pe. Gilson o título de cidadão paulistano.Pe. Gilson é autor de sete livros: Batalha espiritual; Santidade caminho real e possível; Desmascarando o inimigo; Ofício de súplicas; Tão sublime sacramento; Parábolas versículo por versículo e Consagração, conversão levada ao extremo.

Ir. Serva da Chagas Ocultas do Crucificado
CO-FUNDADORA
Ao lado de todo santo homem, há sempre uma santa mulher. Isso se comprova facilmente quando vemos a história dos grandes homens da Igreja: São Francisco e Santa Clara, São João da Cruz e Santa Tereza D’Avila, Santo Agostinho e Santa Mônica, Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Mãe Maria Santíssima. Também com nosso Pai e fundador aconteceu algo semelhante…Nascida em São Paulo no dia 23 de Abril do Ano da Graça de 1961, Ir. Serva da Chagas Ocultas do Crucificado (no século, Sônia das Chagas) perdeu sua mãe quando tinha apenas sete anos de idade, passando assim a ter que ajudar a cuidar de suas irmãs.Acostumada a trabalhar desde cedo para manter a casa, sempre foi uma mulher forte e incansável. Mulher de inúmeras lutas e sofrimentos, mas também de muitas realizações.No Ano da Graça de 1976 teve sua primeira experiência pessoal com Deus em um encontro de jovens e a partir desta data, tendo o coração abrasado de santa inquietação, nunca mais deixou de trabalhar na vinha do Senhor, participando de retiros e dando preferência aos jovens que contagiados por seu jeito alegre de ser, passaram a chamá-la de “tia Sônia”.Em um desses retiros, Ir. Serva se encontrou com Pe. Gilson que se apaixonou pelo trabalho com os jovens da periferia paulistana. Passaram assim a partilhar os mesmos sonhos.Pouco tempo depois, Nosso venerável Pai e Fundador, lança um convite à Ir. Serva: De que ela esteja à frente daquele grupo de jovens que já partilhava os mesmos idênticos sonhos de ambos, e que mais tarde viria a se tornar a Fraternidade Missionária “O Caminho”.Marcada por uma vida de intensa oração, Ir. Serva vai partilhando com as ordens do Senhor para esta pequena obra: Nome, símbolo, casa, carisma, trabalho, etc…Acostumada a lutar por aquilo que queria e nunca a depender de ninguém, precisou apreender a depender de Deus. Depender da providência e da misericórdia Divinas.Deixou sua casa, seu trabalho, suas irmãs e tudo aquilo que trazia de certezas. Não precisava fazer nada disso, pois já servia o Senhor de todo coração e de toda alma, porém, Deus pediu mais e com o coração totalmente disponível para fazer a santíssima vontade do Altíssimo, Ir. Serva deu seu “Sim” definitivo, abraçando também a vida religiosa.Ir. Serva professou seus primeiros votos religiosos no dia 14 de janeiro do Ano da Graça de 2007, sendo dessa forma desposada por Nosso Senhor.Assim é a nossa Mãe e Co-Fundadora: mulher de profunda espiritualidade dotada de um imenso ardor missionário, que unida ao Sumo Bem, Jesus Crucificado, batalha a cada dia por esta obra ensinando a cada um de seus filhos a ser mais santos!












É tempo de cuidar do carisma!

“Jesus todo, todo de Jesus”. Essa frase sintetiza a razão de ser do nosso Carisma. Queremos Jesus todo. Jesus pobre, que não tinha onde reclinar a cabeça; Jesus andarilho, que fez dos caminhos sua casa e lugar privilegiado de encontro com os pobres; Jesus orante, que passava longas horas em vigílias com o Pai; Jesus compassivo, que se colocava no lugar dos que sofrem assumindo para si as suas dores; Jesus obediente que em tudo fez a vontade do Pai, etc… Queremos Jesus tal qual no-lo apresenta o Evangelho. Sem dele saltarmos uma página e sem tampouco nada acrescentarmos. Na expressão de nosso Papa Bento XVI, o Evangelho sine glossa, ou seja, sem direito a interpretação particular. Respondemos ao ato de total doação de Jesus por nós, dando-nos também totalmente a Ele. É justamente essa entrega total da vida a Ele que chamamos de consagração. “O meu amado é meu e eu sou d’Ele” (Ct 2, 16).

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